Saturday, December 31, 2005

SANTA ESCÓCIA! MORT WEISINGER, O EDITOR QUE REFORMULOU O SUPER-HOMEM



Nem só de roteiristas e desenhistas dependem os quadrinhos. Bons editores também são vitais para que as revistas continuem atraindo leitores. Nos Estados Unidos, entre os editores que contribuíram para a consolidação do mercado de revistas em quadrinhos podemos destacar Stan Lee,Julius Schwartz e Mort Weisinger. Hoje, estou postando uma biografia desse último, que escrevi originalmente como um verbete para uma enciclopédia on line.

WEISINGER, Mort (1915-1978) Editor e argumentista que foi o principal responsável durante sua estada na DC Comics pela introdução de novos conceitos e personagens nos gibis do Super-Homem: Supermoça; Krypto, o Supercão; Bizarro; a Fortaleza da Solidão; os vilões da Zona Fantasma; a kryptonita vermelha (que conseguia trazer problemas ainda maiores do que os causados pela kryptonita verde, pois seus efeitos no herói eram imprevisíveis); a cidade engarrafada de Kandor entre outras inovações.

Weisinger era fã de ficção científica desde a adolescência durante a qual, junto com o amigo Julius Schwartz, participou de fanzines dedicados ao gênero. A partir dos dezoito anos, começou a escrever histórias para diversos pulps, revistas impressas em papel barato que publicavam contos de aventura, ficção científica e outros gêneros. Em 1935, ele e Schwartz montaram uma empresa especializada no agenciamento de escritores. Entre os escritores agenciados pela empresa estava H.P Lovecraft, o conhecido autor de histórias de terror.

Em 1941, Weisinger estreou nos quadrinhos quando conseguiu um emprego de editor na DC. Ele havia sido recomendado para o cargo pelo próprio Jerry Siegel, o escritor que criou o Super-Homem. Siegel e Weisinger já haviam colaborado juntos em um fanzine de ficção científica. No seu primeiro dia de trabalho na DC, Weisinger recebeu instruções para criar três novas personagens para o gibi More Fun Comics. Naquele mesmo dia, ele criou Aquaman, Arqueiro Verde e Johnny Quick (personagem similar ao Flash).

Foi durante a década de 1950, aproveitando o sucesso da série de TV do Super-Homem, que Weisinger teve ampliada sua responsabilidade como editor dos gibis do Homem de Aço. Antes de Weisinger ,quase nada se sabia a respeito de Krypton, o planeta natal do Super-Homem. Sob a tutela editorial de Weisinger , o planeta Krypton ganhou um passado. Outra idéia de Weisinger era a piada de o Super-Homem só se envolver com mulheres que tivessem as iniciais L.L.: Lois Lane; Lana Lang; Lori Lemaris etc.

As revistas do Super-Homem editadas por Weisinger traziam capas feitas especialmente para atiçar a curiosidade dos leitores. Estas capas além de anunciarem a história principal (quase sempre com um título sensacionalista) costumavam conter balões de fala ou de pensamento. As idéias para as histórias costumavam partir do próprio Weisinger que incubia os roteiristas de as desenvolverem. Em 1970, Mort Weisinger se aposentou e deixou os quadrinhos. Segundo ele próprio, sua principal contribuição para o Super-Homem foi estabelecer uma mitologia para o herói.

Túlio Vilela, formado em história pela USP, é professor da rede pública do Estado de São Paulo e um dos autores de “Como Usar as Histórias em Quadrinhos na Sala de Aula” (Editora Contexto).

0 Comments:

Post a Comment

<< Home